Por Ricardo Almeida
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou os dados econômico-financeiros do setor de saúde suplementar referentes ao ano de 2024, revelando uma notável retomada na sustentabilidade econômica. O setor alcançou um lucro líquido de R$ 11,1 bilhões, o que representa um aumento de 271% em relação ao ano anterior. Este expressivo crescimento é atribuído principalmente à recuperação operacional das operadoras médico-hospitalares que obtiveram um lucro liquido de R$ 10,2 bilhões, representando um crescimento expressivo de 429% em relação ao ano anterior, quando o lucro foi de R$ 1,9 bilhão, apoiado pela significativa redução da sinistralidade, que atingiu o menor índice dos últimos anos.
Esse desempenho, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em março de 2025, reflete a recuperação e o fortalecimento das operadoras médico-hospitalares, que viram o número de beneficiários aumentar para 50,2 milhões, maior nível registrado desde o início da série histórica em 2018. Este crescimento foi impulsionado por um controle mais eficaz da sinistralidade e pela adoção de medidas que reduziram os custos com fraudes e carteiras deficitárias.
O índice de sinistralidade caiu para 82,2% no último trimestre de 2024, sendo o menor desde 2018, enquanto o saldo positivo nas atividades diretas das operadoras totalizou R$ 4 bilhões. A rentabilidade foi também favorecida pelas receitas financeiras, que somaram R$ 120 bilhões em aplicações ao longo do ano.
O setor se mantém otimista para os próximos anos, com a ANS monitorando de perto os indicadores econômicos para garantir maior previsibilidade e estabilidade.
Entre as empresas que mais lucraram em 2024 estão seguradoras e grupos de medicina, com a SulAmérica liderando o ranking com R$ 2,1 bilhões de lucro, seguida por Bradesco Saúde com R$ 1,5 bilhão, e o Grupo NotreDame com R$ 850 milhões.
O ano de 2024 marca a consolidação da recuperação financeira do setor, que sofreu intensos impactos com a pandemia de Covid-19 nos anos anteriores. As operadoras médico-hospitalares, que representam o maior segmento do setor, contribuíram significativamente para o resultado positivo total, somando R$ 10,2 bilhões em lucros líquidos. Esse resultado se deu principalmente pela recomposição das mensalidades e maior eficiência nas operações assistenciais, refletindo uma recuperação sólida das receitas diretamente relacionadas à saúde.
A recuperação do resultado operacional do setor foi observada em todas as modalidades, com exceção das autogestões, que registraram prejuízos. A estabilidade dos rendimentos financeiros também desempenhou um papel importante no bom desempenho financeiro, especialmente com as aplicações financeiras das operadoras, que acumularam R$ 120 bilhões ao final do ano.
Outro aspecto que reforçou o crescimento do setor foi a redução da sinistralidade — o índice que mede o percentual das receitas assistenciais utilizadas para cobrir despesas médicas. No 4° trimestre de 2024, a sinistralidade foi de 82,2%, o menor nível registrado para este período desde 2018. Essa queda de 1,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior é reflexo de uma reorganização financeira, com operadoras de grande porte recompondo gradualmente as mensalidades em um patamar superior ao das despesas assistenciais.
Os dados divulgados pela ANS também destacam que as operadoras de grande porte foram as principais responsáveis pelos números positivos do setor. Essas operadoras somaram R$ 9,2 bilhões em lucro líquido, demonstrando sua capacidade de recuperação em um cenário econômico ainda desafiador.
A ANS também destacou a melhora nos índices de concentração de mercado, principalmente entre os planos coletivos empresariais, com um aumento na quantidade de mercados menos concentrados. Isso indica uma maior concorrência e potencialmente mais opções para os consumidores. Nos planos individuais, entretanto, o setor ainda apresenta um aumento gradual da concentração, o que pode indicar a necessidade de futuras ações regulatórias para equilibrar o mercado.
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