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Brain rot: O envenenamento da mente pela sobrecarga de conteúdos inúteis

Como o excesso de redes sociais está deteriorando nossa capacidade mental e causando danos irreversíveis ao cérebro.

18/03/2025 às 09h32 Atualizada em 18/03/2025 às 09h52
Por: Ricardo Almeida Fonte: Referência Brasil
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Ironicamente, desconectando-nos de nós mesmos e das relações reais, afetando nossa saúde mental.
Ironicamente, desconectando-nos de nós mesmos e das relações reais, afetando nossa saúde mental.

 

Por Ricardo Almeida

A palavra "brain rot", eleita pelo Dicionário  Oxford como a palavra do ano em 2024, é um grito de alerta para a situação alarmante em que nos encontramos. Em tradução literal, “brain rot” significa “cérebro podre”, uma metáfora poderosa para descrever os efeitos da exposição prolongada e descontrolada a conteúdos inúteis nas redes sociais. Ao mergulharmos diariamente em um mar de informações sem relevância, estamos, sem perceber, destruindo nossa capacidade de raciocínio, memória e atenção.

Pesquisas recentes apontam para os danos cognitivos que o consumo constante de conteúdos fragmentados — vídeos curtos, memes e debates rasos — pode causar no cérebro. Ao invés de fomentar o aprendizado ou a reflexão, esse tipo de conteúdo muitas vezes promove distração, superficialidade e, em casos mais graves, ansiedade e depressão. A sensação de estar "sempre conectado" acaba, ironicamente, desconectando-nos de nós mesmos e das relações reais, afetando nossa saúde mental.

O fenômeno do "brain rot" evidencia uma deterioração cognitiva crescente. Ao substituir o tempo de leitura, aprendizado ou conversas significativas por rolamentos infinitos de timelines recheadas de conteúdos irrelevantes, estamos minando nossa capacidade de pensar criticamente e de nos concentrar em tarefas que demandam mais foco.

Estudos de neurociência mostram que o uso excessivo das redes sociais pode alterar a forma como nosso cérebro processa informações, reduzindo a habilidade de concentração prolongada e promovendo uma busca constante por recompensas rápidas, como curtidas e comentários. É o vício pelo imediatismo, pelo superficial, que está apodrecendo nossa mente.

As consequências disso são sentidas no dia a dia: desde a diminuição da produtividade até a dificuldade em lidar com temas complexos. Estamos nos tornando mentalmente preguiçosos, incapazes de aprofundar pensamentos e analisar problemas em suas múltiplas camadas.

Portanto, é urgente refletir sobre os hábitos de consumo de conteúdo digital e buscar um equilíbrio que permita o uso saudável da tecnologia. A palavra do ano não foi escolhida ao acaso — ela reflete a era da dispersão e da superficialidade em que vivemos. Se não mudarmos agora, corremos o risco de ver nossos cérebros apodrecerem cada vez mais, afundados em um mar de inutilidade digital

Ricardo Almeida é gestor de saúde suplementar, graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco, Master em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas,  pós-graduado em Gestão da Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo; Design Thinking e gestão de negócios.

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